Foi em finais da grande Guerra de 1914-1918, que os Homens sentiram a urgente necessidade de se unirem e criarem Corporações de Socorros Mútuos, Bombeiros, etc.
Foi também derivado à grande acção desenvolvida pela imprensa que as populações ainda mais se aperceberam da necessidade em se fundarem esses “ Grupos Humanitários”.
Em fase desse movimento nacional, não podia o Cadaval ficar indiferente, e até os mais nos se interessaram.
Foi, então que em boa-hora, o presidente da Câmara Municipal do Cadaval, Sr. Anselmo Carneiro da Silva, se antecipou e propôs à Câmara a compra de uma bomba, que viria a ser o fermento da nossa corporação.
Veio então uma bomba manual, que ainda hoje existe no espólio do Corpo Activo, dos Bombeiros da Ajuda, de Lisboa.
Começaram de seguida as inscrições para o “ Corpo de Bombeiros Voluntários”.
Depois de muitas reuniões, chegou o grande dia, a 21 de Maio de 1921, data da fundação da Nossa Associação.
Foi uma festa que fez sentir orgulhosa a população do cadaval e especialmente todos que, de boa vontade, para ele contribuíram.
Ficaram a compor a Direcção e o Corpo de Bombeiros os seguintes nomes:
• Júlio Máximo Pereira da Silva;
• António Reis;
• Miguel Pereira Leal;
• José Luís Domingos;
• Graciano Siopa;
• José dos Reis;
• Boaventura Duarte;
• José Soares Siopa;
• Raul Monteiro;
• Benjamim dos Santos;
• Mateus da Silva;
• Possidónio Machado;
• Amaro Rodrigues;
• José Januário;
• José Pereira Leal;
• Manuel Severino do Couto;
• Anselmo Marques da Silva Siopa;
• Samuel Cruz;
• Mirtil Pereira Rodrigues;
• António Pereira Rodrigues, e em representação da Cruz Vermelha Portuguesa: Dr. Mário Saraiva e José Boaventura.
Foi primeiro Comandante, Júlio Máximo Pereira da Silva, seguindo-se-lhe os Srs. Anselmo Carneiro da Silva, Graciano Siopa e Boaventura Duarte.
Nessa época uma associação como a nossa, servia para todos os fins.
Foi ela que passou a promover todas as festas da terra.
Em seguida nasceu o Grupo Dramático, que logo começou a actuar, angariando fundos para a construção de um “Quartel”, nascendo logo também a ideia de, em anexo, se construir uma sala de espectáculos.
Tudo se construiu com as migalhas das récitas e festas, e a ajuda da Boa-Gente” de que, felizmente, sempre o Cadaval foi dotado.
Em 1926 foi lançada a primeira pedra para a construção do edifício, tendo durante a construção havido várias contrariedades, e só uma vontade férrea ajudou a continuar em frente.
Uma das coisas que mais desgostou aquele punhado de bravos homens, foi, quando da aquisição de alguns milhares de adobes para a construção, estes estavam em estaleiro na Avenida, quando, menos se esperava, surgiu uma trovoada, seguida de uma tromba de água, que desfez a maior parte do trabalho e levou os adobos.
Tudo, ou quase tudo, estava perdido, menos a vontade férrea das pessoas em continuar a ir para a frente.
Mas há males que vêm por bem, dado que os adobes que restaram da tragédia, serviram para alertar da fraca consistência duma construção feita daquele material, e, logo surgiu a ideia da construção ser realizada em pedra.
A Câmara comprou o moinho das eiras para demolição e oferece a pedra, e a ajuda da população foi incalculável, neste campo.
Mais tarde comprou-se uma máquina para o cinema e as respectivas cadeiras. O cinema começou a dar rendimento, mas o progresso é tremendo e é preciso acompanha-lo.
Apareceu o cinema sonoro e a nossa máquina teve de ser substituída, a fim de proporcionar ao público um melhor ambiente, o que na altura custou 240 contos.
Moderado
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